segunda-feira, 18 de outubro de 2010

WAGNER MOURA DA ENTREVISTA POLÊMICA AO JORNAL EXTRA



“A PM do Rio tem que acabar”. Esta é uma das muitas frases polêmicas do Capitão Nascimento, personagem vivido por Wagner Moura em “Tropa de Elite 2”. No filme, o ex-capitão do Bope, agora subsecretário de segurança do Rio, faz severas criticas a esquemas de corrupção, tanto na polícia quanto nos setores mais burocráticos do governo. Em entrevista exclusiva ao EXTRA, o ator solta o verbo: reafirma que muitas das situações retratadas no filme podem ser vistas no dia a dia, fala sobre o sentimento que o longa-metragem despertou na população e opina sobre uma das maiores bandeiras da área de segurança, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
— A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, não como um fim — diz o ator, alertando que o programa pode se tornar uma espécie de milícia: — O perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Em uma entrevista coletiva na última quinta-feira, o verdadeiro comandante do Bope, o tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, disse que “Tropa de Elite 2” pode confundir a população por misturar elementos da ficção e da vida real, e que, assim, muitas conclusões erradas podem ser tiradas.
Wagner Moura tem outra opinião sobre o filme:
— O filme é de ficção por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no produção acontece na vida real de uma maneira geral — afirma Moura.
O comandante do Bope disse que não gostou do filme porque mistura ficção e realidade, e pode passar uma noção de realidade distorcida. Você concorda?
Moura: Ele está fazendo uma confusão estética. O filme é de ficção, por mais que tenha uma estética documental. Mas o que é retratado no filme acontece na vida real de uma maneira geral. Existe milícia? Existe. Existe polícia corrupta? Existe. O Bope é uma polícia violenta? É. Há uma ingerência dos políticos na vida dos policiais? Há. Há uma ingerência do poder público na questão das milícias? Há. O filme, neste sentido, não está dizendo nada que não exista. É baseado em fatos reais.
Como tem sido a repercussão de "Tropa de Elite 2" em comparação ao primeiro filme?
Moura: Este filme tem causado uma comoção, uma catarse cívica, que o primeiro não causou. As pessoas viam aqueles políticos (ligados à milícia), a reação do Nascimento (que agrediu um deles no filme), e se identificaram bastante. O que não significa que o que tenha acontecido no filme tenha acontecido na realidade. Mas as situações criadas no filme, de uma certa forma, existem, não há como negar.
A principal bandeira da área de segurança — a UPP — tem por objetivo quebrar o sistema regido pelo tráfico. Você tem alguma opinião formada sobre a UPP?
Moura: A UPP é boa, mas deve ser vista como um meio, e não como um fim. A gente não pode achar que a UPP é uma solução. É o Estado se fazendo presente em localidades historicamente negligenciadas por meio de sua polícia. É um bom começo. Mas se não se fizer presente de outras formas, como saneamento básico, hospitais, escolas, o perigo é que aquelas comunidades sejam dominadas por aquela polícia.
Nesse sentido, a UPP pode virar um sistema semelhante ao adotado pelas milícias?
Moura: Pode sim. Ou outra coisa diferente que a gente não sabe o que é ainda. O sistema certamente se recria.

FONTE: JORNAL EXTRA ONLINE

1 comentários:

Pablo Magno disse...

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